sexta-feira, fevereiro 20, 2009

da comédia da vida real


fuga de alcatraz
calada da noite
o rato se esconde
no bueiro fétido
pra trás ficou o papel
representado
esquecido no meio da lama.
abandono.
saída fácil.
difícil é ser homem.
e dentro da lei frouxa
o rato - frouxo - meio-homem,
na escuridão se encolhe
em algo tão pequeno
que até mesmo a sombra é incapaz
de desenhar
se é meio-homem
ou rato.
dentro dele
o vazio fétido.
o nada.
a profecia concretizou
o que as suas próprias palavras
diante da sentença
eram só "nada".
no vazio
o rato agora chora
pobre rato.
da verdade revelada,
descobre ser - nada.
da vida, nada sabe.
a derrota
provocada por si próprio.
e o que talvez nem mesmo
o próprio rato saiba
é que ele é de uma espécie de rato
rato "comunzim", sabe?
daqueles que sua vida
consite só em fugir
são da espécie que gastam muito mais energia
desonrando a palavra,
do que sendo
verdadeiros homens.
ao me dar conta de que
isso não é a primeira vez
percebo que isso é um traço
de desvio de caráter
de meios-homens
de ratos
que vão cavando
sabe-se lá o que
que o Diabo reserva a eles.
pobre rato.
meio-homem.




Bichos!
Saiaaam dos lixoooos
BARATAAAS!
Me deixem ver suas patas
RAAATOOOOS!
Entrem nos sapatos
Do cidadão civilizado.

PULGAASSS!
Que habitam minhas rugas
Onçinha pintada
Zebrinha listrada
Coelhinho peludo
VÃO SE FUUUDEEER!!
Porque aqui
Na face da terra
Só bicho escroto
É que vai ter.

Bichooos Escrotooos
Saiam dos esgotoos
Bichoos Escrotoos
Venham enfeitaaar
Meu laaar!
Meu jantaaar!
Meu nobre PALAAADAAARRR!

BICHOOOOS!
BARATAAAAS!
RAAAATOOOS!
Cidadão civilizado
PUUULGAAAAAS!
Onçinha pintada
Zebrinha listrada
Coelhinho peludo
VÃO SE FUUUDEEER!
Porque aqui
Na face da terra
Só bicho escroto
É que vai ter...

Nenhum comentário: