quinta-feira, julho 23, 2009

Um polaco, um italiano e um chinês.


- Você precisa aprender como os homens falam. É só prestar atenção no modo como Martin e eu provocamos um ao outro. Tudo bem, está pronto?
- Tá.
- Está bem, vamos entrar.
[dentro da barbearia]
- Perfeito... um polaco e um chinês. - o barbeiro os recebe.
- Como é que vai, Martin, seu italiano pilantra, maluco?
- Walt, seu mão-de-vaca! Eu devia saber que ia aparecer. Meu dia estava muito agradável.
- O que você fez? Meteu a faca no pobre homem cego? Deu a ele o troco errado?
- Quem é o chinês?
- É meu vizinho, que é meio frouxo. Estou tentando transformar ele num macho.
- Viu, garoto? É assim que os machos falam entre si.
- É sério?
- Ficou surdo, garoto? - o barbeiro se irrita.
- Agora você vai lá fora e entra de novo e fale com ele como homem. Um homem de verdade.
- Que isso, Walt!
- Vai, garoto. - Walt leva o chinês pra fora da loja. - E entre de novo!
O chinês sai da barbearia sob o olhar do polaco e do italiano.
- Lamento pelo incômodo.
- Tudo bem.
O chinês entra na barbearia.
- Fala aí, seu italiano pilantra.
- Saia da minha barbearia antes que eu estouro seus miolos, seu maldito amarelo safado. - o barbeiro pega a arma e a aponta pro chinês.
- Minha nossa!! Que que é isso!! - Walt acha graça e abaixa o cano da arma do barbeiro.
Os dois caem no riso e o chinês fica sem entender.
- Calma... - Walt se dirige ao chinês. - Que idéia foi essa. Você perdeu o juízo?
- Mas foi o que você disse. Você disse que os homens falam assim.
- Falam, mas não pode entrar e insultar o homem na barbearia dele. Isso não se faz, garoto. O que acontece se você insultar um estranho louco? Ele vai estourar os seus miolos assim...
- O que eu deveria ter dito, então?
- Você pode começar dizendo: "Oi ou Olá!" - ensinou o barbeiro.
- É... é só entrar e dizer: "Senhor, quero cortar o cabelo, se estiver disponível."
- Isso, seja educado, mas não bajule!
- Aliás, você poderia falar sobre seu trabalho de construção que está fazendo, reclamar da sua namorada ou do seu carro.
- ...Ah, que patife! O safado me cobrou os olhos da cara no conserto do meu carro.
- É... xingue as pessoas safadas que não estão presentes, você pode, por exemplo... fale do seu chefe safado, da sua mulher... entendeu? Vai lá pra fora e volte e fale direito. Isso não tem nenhum mistério, pelo amor de Deeusss!!
- É, mas eu não tenho emprego, nem carro e nem namorada.
- Meu Deus! Deveria ter estourado os miolos dele quando tive chance.
- É, talvez... escute aqui, eu quero que se vire e vá lá pra fora e entre de novo. E não fale que não tem um emprego, nem carro, nem namorada, nem futuro, nem pinto. Ouviu?
- Agora vai lá fora. Vai logo.
O chinês sai novamente e retorna.
- Com licença, senhor. Quero cortar o cabelo, se não tiver ocupado. Seu velho italiano de uma figa, barbeiro safado! Cara, aquela cambada do meu trabalho está me deixando de saco cheio...
O barbeiro cai na risada. Walt não.
- Caramba...

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