Pra quem está acostumado com a Ava Gardner num olhar mais posado, de olhos cerrados, lançando aquele olhar felino, vai estranhar e muito essa foto. Eu mesma não a havia reconhecido. Aqui seus olhos estão bem abertos, num misto de espanto e desdém. Quem será que ela viu ali? Hummm... Ava sempre teve seus segredos. E mesmo sem pose, ela era perfeita, vamos combinar.
Isso me faz lembrar, inevitavelmente, no cinema - aquele beijo apaixonado, aquele olhar enebriante, aquele abraço apertado... E pensando em cinema, percebo que pelo sonho se percebe a vida, que no cinema estão respostas para quem imagina viver eternamente num filme. Que se fala mais por um olhar, gesto, movimento, do que pela palavra que os quebra e interrompe o tempo. Que nesses momentos apenas pensamos - "que a vida sempre fosse assim".
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